terça-feira, 30 de novembro de 2010

Um avô de verdade!

Sempre quando uma pessoa parte, ela deixa uma parcela de si comigo. Não importa se fez bem ou mal pra mim, as lembranças sempre tendem a esquecer o lado ruim das pessoas. Mesmo que a pessoa em questão nunca tivesse mostrado um lado ruim sequer para mim. Pelo contrário, o amor sempre foi a maior de todas as qualidades. Confesso que estou me sentindo muito estranha escrevendo sobre ele. Acho que nunca havia escrito sobre ele antes. Nem sequer costumava falar sobre ele, sobre o que ele significava pra mim. Talvez eu não saiba lidar muito bem com as pessoas que me amam muito. Eu me acostumei de tal forma com sentimentos ruins ao meu redor que eu não entendo muito bem o amor que algumas pessoas tem por mim. E o amor dele era totalmente gratuito, daquelees que nunca esperou uma recompensa. A culpa machuca um pouco. Eu podia ter feito mais pra deixar ele feliz, eu podia ter sido um pouco mais carinhosa com ele. Mas tudo acabou! Só ficaram as lembranças, as mais perfeitas lembranças que um neta pode carregar de um avô. Um avô que deixava roubar no dominó, um avô que brincava até de boneca, um avô que comprava doces depois da missa, um avô que era capaz de qualquer coisa para fazer os netos sorrirem.
Eu tenho certeza que pela pessoa que ele foi, pelos valores que ensinou, ele está num lugar muito superior agora e espero que eu ainda possa continuar sentindo sua presença e seu carinho como sinto de vez em quando.
E hoje, mesmo passado algumas dores, eu me sinto muito sortuda! Porque eu tive a oportunidade de crescer e conviver com uma pessoa tão maravilhosa. E a lei da vida é essa, por mais que seja triste. Só quero, um dia, poder encontrá-lo de novo!

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